domingo, 10 de março de 2013

Responsabilidade começa quando?

Essa semana passou voando pra mim. Ainda estou me habituando a rotina de leva e traz da escola e para ajudar esquecemos por duas vezes a mochila da Emanuele em casa. A primeira vez ela chorou muito e eu aproveitei para relembrar-lhe sobre a importância de ser responsável. Disse que ela teria que resolver com a professora na certeza de que esta não se importaria afinal de contas é “só” o primeiro ano. A choradeira aumentou então resolvi assumir as consequências e falar com a professora. Fiquei sem fala quando ela me sugeriu que voltasse em casa para pegar a mochila. Ainda por cima, quando viu a Emanuele chorando me disse que é muita responsabilidade pra idade dela. Saí de lá arrasada. Cheia de culpa e projetando um futuro terrível pra minha filha por colocar sobre seus ombros muitas responsabilidades.

Passei o resto do dia pensativa e tentando rever meus objetivos em educar e amar minha filha.
Voltei aos livros.
Vou dar uma breve explicação. Desde que resolvi que um dia eu seria mãe busco literaturas que tratem do assunto educação dos filhos, principalmente os que abordam a educação cristã. Me pergunto: por que as pessoas estudam tanto na vida e pra tantas e quaisquer coisas mas se dedicam tão pouco para aprender a moldar o caráter de seus filhos? Muitos dizem que as crianças deveriam vir com manual de instrução, mas não buscam experiências de quem já viveu essa faze.

Bom, gostaria de relatar aqui um trecho de um livro que inspirou meu modo de educar e que me aquietou o coração depois desta experiência da mochila.
O descuido dos pais ao negligenciar dar ocupações e responsabilidades aos filhos tem resultado em indizível mal, pondo em perigo a vida de muitos jovens e tristemente invalidando a sua utilidade... Cada criança da família deve ter uma parte a desempenhar na responsabilidade do lar. E lhe deve ser ensinado a desempenhar fiel e alegremente a sua tarefa. Se o trabalho for distribuído desta maneira, e os filhos crescerem acostumados a levar as responsabilidades apropriadas, nenhum membro da casa será sobrecarregado, e tudo correrá agradável e suavemente no lar.”  Ellen G White, Orientação da Criança.

Não posso acreditar que a eu esteja comprometendo negativamente o desenvolvimento da minha filha quando lhe digo que é sua a responsabilidade de arrumar a mochila, conferir a lancheira e colocar ambas no carro. Acredito sim estar contribuindo para formação de seu caráter e oferecendo oportunidades de enfrentamento quando ela percebe as consequências de seus esquecimentos.

Aqui em casa cada um tem um dever no cuidado do lar além de arrumarem suas camas. A Emanuele(6) arruma a mesa do café da manhã e varre o chão da cozinha. A Gabriele(5) leva a roupa suja para a lavanderia e separa as claras das escuras em seus respectivos cestos. O Isaac (3) me ajuda na retirada do lixo para a rua. Tenho como objetivo aumentar-lhes as responsabilidades gradualmente. Além disso, já ajudam nas refeições, na organização de seus brinquedos e no cuidados dos animais.
Fácil não?
Não, com certeza é difícil porque requer de nós tempo, paciência e muitas vezes arcar com as consequências do esquecimento. Mas também não seria tão bom, no fim das contas, caso fosse “molezinha”.

Coragem mães!

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