domingo, 3 de março de 2013

Primeira crise

Antes de chegar na porta de vidro onde pego a Manu depois da aula sou parada pela prof de educação física me contando que a Emanuele passou a tarde triste e chorando. Logo pensei que tivesse se machucado novamente. Mas acho que foi pior. Uma amiguinha a qual ela se apegou desde o primeiro dia de aula disse que não queria mais ser sua amiga e passou o resto da tarde sem se dirigir a ela. Esse foi o primeiro e constante assunto em casa até o dia seguinte. Peguei ela falando sozinha o nome da amiguinha e perguntando “por que?”. Caramba, me senti muito impotente. Nada do que eu havia falado consolara seu coração.
Vivenciar emoções diferentes é parte inerente do ser humano e saber lidar com elas nos ajuda a crescer, a amadurecer. Experiências diferentes a cada dia preparam nossos filhos para enfrentarem dificuldades maiores, emoções mais fortes e quem sabe ajudar outros.
Parece moleza e é um pouco obvio isso, mas na prática que mãe não gostaria de minimizar cada dor, cada desconforto, cada decepção que o filho(a) encontra pela frente? Quatas de nós já não tentamos desviar a atenção da criança querendo que ela esqueça a dor? Quem sabe oferecendo um brinquedo novo ou apenas um doce, dependendo do “tamanho” da dor.
Eu fiquei confusa, não acreditava que minha filha estivesse sofrendo por tão pouco. Para ela parecia tanto. De cara tentei não dar muito valor pra ver se ela esquecia. Disse que não era motivo suficiente, que a amiguinha não merecia tal tristeza. Depois aproveitei pra enfatizar boas atitudes, ensiná-la que nunca fizesse esse tipo de coisa com ninguém.
No momento do culto em família, que temos o costume de fazer antes de dormir, ela orou pela amiguinha pedindo a Deus que mudasse seu coração e que a amizade fosse refeita. Assim entendi o quanto aquela situação a tocou.
Hoje, refletindo melhor, penso que nós mães, devemos ajudar nossos filhos desde pequeninos a entregarem seus sentimentos a Jesus. Devem acreditar que Deus se importa com eles. Que vivem em um mundo onde as pessoas são egoísta e pensam muito mais em si que em outrem, mas que Deus ama a todos de igual modo. Devem nossos filhos serem consolados pelo amor de Deus e isso lhes é ensinado desde as primeiras dificuldades que enfrentam na vida.
Mães, vamos aproveitar essas dores e frustrações que nossos filhos encontram pelo caminho para ensinar-lhes a reagir como Jesus reagiria, com  confiança de que são amados por Deus e por nós, e que tem em nós um colo acolhedor. Não reforcemos a dor mas também não ignoremos que sofrem e que por mais boba que pareça a situação nossos filhos precisam de nós.

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